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Sobre preocupações, Brasil e comunismo

As pessoas precisam entender que a única forma de iniciarmos uma Revolução Socialista no Brasil é por meio do convencimento popular. Se as pessoas têm medo da "instalação do comunismo" no Brasil, isso por si só já demonstra que estamos muito longe de se quer iniciar algo. Existem comunistas no Brasil? Sim. Mas isso não significa que o comunismo se dará somente por isso! É importante que haja um comprometimento popular no entendimento de que o comunismo é um sistema alternativo que supera o capitalismo. Enquanto não atingirmos esse objetivo, nem o socialismo estará no horizonte. Muito menos o comunismo! Então, só podemos entender que essa preocupação popular com relação ao comunismo é algo totalmente infundado. Não existe a mínima chance de a revolução acontecer no contexto atual. Para o comunismo acontecer, primeiro precisamos preparar um terreno fértil para que o socialismo possa surgir, e isso só se dará com o convencimento das pessoas sobre o comunismo como uma construção

Sobre ódio/raiva, utilidade e escolhas.

 Durante muito tempo me perguntei sobre a qual era a utilidade do ódio/raiva, uma vez que sob minha lógica, entendia que era um sentimento nocivo e que em nada beneficiava o progresso de uma pessoa, sociedade e/ou existência. Contudo, hoje tive epifania que me levou a querer escrever sobre. O interessante do ódio/raiva é que ele provoca atitudes e move as pessoas, sociedade, existência, e por ai vai!  Precisamos entender que até mesmo esse sentimento tem seu valor. É ele que nos tira da nossa zona de conforto, e nos pressiona a fazer algo que em outras circunstâncias não faríamos. Acredito que a grande diferença está na escolha que fazemos em direcionar esse ódio/raiva para um local de avanço ou de retrocesso. Para distinguir os locais de avança e retrocesso, podemos pensar no seguinte: Ancestralmente, o ódio/raiva era um sentimento gerado pela necessidade de sobreviver as ameaças constantes que nos cercavam. Mas essas ameaças eram de caráter imediato, e fugiam da nossa capacidade de p

Uma certeza peversa

Precisamos, urgentemente, falar sobre o nazismo enraizado que existe no Brasil. Desde a derrota da Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial, muitos nazistas vieram para o Brasil fugindo da prisão pelos crimes cometidos contra a humanidade. Muitos adotaram outros nomes no Brasil, via documentos falsificados, e tocaram uma vida "normal" por aqui. E isso os permitiu ficarem livres para continuar promovendo suas ideias fascistas, e mantendo o sonho de Hitler vivo! Desde então, surgiram muitos grupos simpatizantes das ideias nazistas. Aqui no estado de São Paulo, um desses grupos é o Carecas do ABC. E grupos como esse sempre foram tratados como gangues de arruaceiros! E esse foi o grande erro. Essas facções criminosas sempre foram tratadas como grupo isolados. Quando, na verdade, sempre foram integrantes de uma coletividade fundamentada numa corrente ideológica supremacista que tem como objetivo promover ideias de superioridade racial, moral e religiosa. Esses grupos tiveram tem

Sobre pensamentos, reflexões e sentimentos

Estava, a muito tempo, pensando sobre tudo que estamos passando desde 2015. Entramos numa espiral de rancor, ressentimento e revolta, que acabou nos cegando para muitas coisas! O que complicou bastante foi a forma de lidar com esses sentimentos. Penso que o principal erro de muitas pessoas foi ignorar esses sentimentos, mascarando com outras coisas. Somado a isso, também temos a negação da causa que motivou esses sentimentos. E, para piorar, vem a incapacidade de direcionar esses sentimentos para o local certo! E é ai que a coisas se desmantela de vez... ...quando a gente direciona sentimentos mal resolvidos para o lugar errado, a gente perde de vista como tudo começou. Penso que o que temos passado desde 2015 é fruto de algo anterior, que originou todos os sentimentos de rancor, ressentimento e revolta. E por isso é importante refletir sobre como nos sentimos e de onde vem esses sentimentos...pensar em qual é a primeira lembrança que vem a mente quando se trata desses sentimentos. Res

Sobre necessidades, expectativas e ícones

Grande parte das pessoas tem a tendência de, ao se deparar com uma realidade que exige delas algo que não podem dar, projetar todas as suas expectativas em algo. Esse algo pode ser a família, um amigo, um cônjuge, a profissão, um hobby, um objeto, e por ai vai! Contudo, quando a pessoa projeta em outro alguém e/ou algo que ela deseja em si, ela cria um ícone de adoração. Esse ícone de adoração passa a ser uma extensão dessa pessoa. Assim sendo, ela afasta qualquer força que possa demolir a ideia que ela criou sobre esse ícone. E qualquer coisa que ameace a constituição desse ícone é, violentamente repelida! Criar ícones de adoração é um ato primitivo. Um dos primeiros do ser humano moderno. Infelizmente, muitos de nós carregamos consigo essa necessidade. É uma muleta psicológica que nos ajuda a lidar com as próprias limitações. E o que grande parte das pessoas não entendem é que essas limitações são naturais. Não tem como atendermos expectativas que vão além daquilo que podemos oferece

Sobre problemas e responsabilidades

Na sociedade atual, pelo menos na maioria dos países, por meio do controle e da repressão, o líder consegue garantir ordem no meio social, que gera uma sensação de segurança (que na verdade é alienação). Contudo, a sociedade existe dentro de uma dinâmica de contradições, que levam o ser humano a pensar, questionar e ansiar por uma solução. Fora dessa dinâmica, o que ocorre é vigilância para impedir que haja qualquer perturbação a ordem vigente. Para quem prefere viver num sistema como esse, de imposição de ordem para que se aplaquem as angustias que surgem da necessidade de assumir responsabilidades pelo problemas sociais, não há nada melhor! Por isso que ideias como Comunismo e Anarquia são vistas como distúrbios. Porque elas causam a quebra da ordem e obrigam os indivíduos a pensar e assumir responsabilidades.

Sobre normalização das tragédias e aversão a realidade

Percebo em nossa coletividade nacional uma certa aversão pela realidade. Mesmo tendo acesso a informação, convivendo com fatos que não podem ser negados como feminicídio e o genocídio dos povos originários, grande parte das pessoas que compõe essa coletividade, tem uma certa tendência a ignorar esses fatos que fazem parte da nossa realidade. A mesma postura se percebe com relação a Pandemia. Estamos num momento de estagnação do número de contaminados e óbitos, o que não pode ser considerado algo positivo, pq isso só mostra o quão longe estamos de voltar a ter algum nível de segurança no controle dessa situação. Independente disso, uma parte das pessoas segue com suas rotinas, como se tudo já tivesse voltado ao normal. Como se o que tínhamos antes da Pandemia, fosse algo bom! Com essa postura de normalização das tragédias, seguimos numa posição de negar a realidade, tal qual ela se apresenta. E isso só dificulta que sejam implementadas ações que, efetivamente tenham potencial para favor